0
A pirofagia da emoção
Posted by Gustavo Pitwak
on
11:59
O semblante de uma criança sem alegria é como a agonia muda de um pobre morador de rua, mas se percebermos por dentro, elas existe uma imagem que grita por dentro como figuras do expressionismo. E como é triste não nos preocuparmos com elas, na quais estão aprendendo desde cedo que se podem aprender as lições de vida de formas muito mais cruéis, e assim a sociedade esquecendo do alicerce da nossa sociedade, e planejando um futuro sem fundamento, projetado ao vácuo de nossas ignorâncias, que relevam a vida humana, é como se quisessem colher os frutos sem antes regar as mudas.
Desejo intensamente saber quando renasceremos em ideologia, sair da mediocridade de opinião, pregados em uma sociedade que se avilta a si mesma.
Pergunto-me repetidamente pelo que nunca respondem, não consigo ver na televisão, nem nas mais profundas reportagens e pesquisas, quando o espelho vai deflorar as respostas, e refletir a nossa face criminosa em cima dessa culpa.
O capitalismo nos tem suprido de maldade, é um banho de sangue, e um materialismo que desvaloriza o conceito humano. Eu não queria invernar sozinho naquelas garrafas de melancolia, deitado á companhia de Marx e Orwel cumprindo uma promessa social, tentando desmembrar da liturgia religiosa, distribuindo a culpa em “lá e cá”, ou pesando a solução em Alá.
Eu vejo o rodopio das luzes à noite, a náusea da grande cidade fazendo do movimento das grandes massas, o incessante trânsito andando pra tantos lados e ao mesmo tempo ninguém indo pra lugar nenhum.
Eu vejo o malabarismo de pequenos garotos no luminar do semáforo e dos faróis dos carros, enquanto para eles nenhuma luz no fundo, a oferenda da pouca esmola, e o forte cheiro de cola e a perceptível ausência de escola.
O que mais é desgastante é ficar fitando a impetuosa feição dos porcos burgueses, encarando a situação de cima, se distanciando da sua consciência gorda e pesada, a nata social que reprime e sufoca que só sabe punir com facilidade, com um simples olhar, sem se por no lugar do próximo.
O que vejo lá no fundo, é tudo como um grande circo, na frente tem uns dois ou três cuidando da bilheteria, com toda grana nos bolsos, enquanto dentro do picadeiro, embaixo da lona e no calor, tem muita gente se equilibrando na corda bamba, e aquele sujeito rodopiando e brincando com fogo, fazendo desenhos de luz. Alguém tentando fazer palhaçadas pra descontrair a tensão, mas continuo com náuseas de toda essa pirofagia, e meio que me sentindo como um daqueles animais selvagens do circo, presos em um cativeiro para o qual não nasci, sem poder rugir pela selva afora, proteger a minha floresta.
(Gustavo Pitwak)
Desejo intensamente saber quando renasceremos em ideologia, sair da mediocridade de opinião, pregados em uma sociedade que se avilta a si mesma.
Pergunto-me repetidamente pelo que nunca respondem, não consigo ver na televisão, nem nas mais profundas reportagens e pesquisas, quando o espelho vai deflorar as respostas, e refletir a nossa face criminosa em cima dessa culpa.
O capitalismo nos tem suprido de maldade, é um banho de sangue, e um materialismo que desvaloriza o conceito humano. Eu não queria invernar sozinho naquelas garrafas de melancolia, deitado á companhia de Marx e Orwel cumprindo uma promessa social, tentando desmembrar da liturgia religiosa, distribuindo a culpa em “lá e cá”, ou pesando a solução em Alá.
Eu vejo o rodopio das luzes à noite, a náusea da grande cidade fazendo do movimento das grandes massas, o incessante trânsito andando pra tantos lados e ao mesmo tempo ninguém indo pra lugar nenhum.
Eu vejo o malabarismo de pequenos garotos no luminar do semáforo e dos faróis dos carros, enquanto para eles nenhuma luz no fundo, a oferenda da pouca esmola, e o forte cheiro de cola e a perceptível ausência de escola.
O que mais é desgastante é ficar fitando a impetuosa feição dos porcos burgueses, encarando a situação de cima, se distanciando da sua consciência gorda e pesada, a nata social que reprime e sufoca que só sabe punir com facilidade, com um simples olhar, sem se por no lugar do próximo.
O que vejo lá no fundo, é tudo como um grande circo, na frente tem uns dois ou três cuidando da bilheteria, com toda grana nos bolsos, enquanto dentro do picadeiro, embaixo da lona e no calor, tem muita gente se equilibrando na corda bamba, e aquele sujeito rodopiando e brincando com fogo, fazendo desenhos de luz. Alguém tentando fazer palhaçadas pra descontrair a tensão, mas continuo com náuseas de toda essa pirofagia, e meio que me sentindo como um daqueles animais selvagens do circo, presos em um cativeiro para o qual não nasci, sem poder rugir pela selva afora, proteger a minha floresta.
(Gustavo Pitwak)